Brasil ultrapassa 2 milhões de casos prováveis de dengue em 81 dias

O número é 19% maior do que o registrado em todo o ano de 2023

 

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Brasil ultrapassou a marca de 2 milhões de casos prováveis de dengue em 81 dias, segundo dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde, atualizados nesta quinta-feira (21). O número é 19% maior do que o registrado em todo o ano de 2023.

Pelo menos nove estados (Acre, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina), além do Distrito Federal, decretaram situação de emergência devido à doença desde janeiro deste ano.

Em menos de três meses, foram confirmados 682 óbitos em decorrência da doença e outros 1042 estão em investigação. O maior número de mortes se concentram no DF (153), seguido por Minas Gerais (114) e São Paulo (98).

Como mostrou a Folha, a vice-governadora do DF, Celina Leão (PP), disse que alertou, no final de janeiro, a ministra da Saúde Nísia Trindade de que o cenário da dengue se agravaria este ano no país.

Na conversa, ela afirmou que Brasília detectou o surto por meio de um avançado sistema de detecção da doença, com uso de laboratórios especializados.

Em entrevista coletiva na quarta-feira (20), Trindade disse que a epidemia atual se diferenciou dos anos anteriores por ter tido início em estados das regiões sudeste e centro-oeste, e apresentou um padrão de crescimento muito acelerado no início do ano.

Foi publicada nesta quarta a Portaria 3.385 sobre financiamento federal excepcional para assistência farmacêutica. O ministério já liberou 79 bilhões por meio de portarias para os estados do Acre, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina e São Paulo, além de 244 municípios.

A destinação dos recursos da pasta se dá a pedido de municípios em situação de emergência. Para a ministra, a prioridade é impedir casos graves. “Salvar vidas, evitar mortes” é o mote do momento, disse.

VACINAÇÃO

Na quarta, a ministra da Saúde anunciou que a pasta está trabalhando para utilizar as vacinas que não foram usadas até o momento para redistribuir a estados e municípios em situação de emergência.

“Vamos fazer a redistribuição das doses não aplicadas no município usando ranqueamento dos municípios que estão em situação de emergência por dengue”, disse.

Diante da baixa adesão à vacinação iniciada em 9 de fevereiro, um novo ranking foi estabelecido pelo DPNI (Departamento do Programa Nacional de Imunizações) –com ampliação de estados e municípios.

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