Cidades na região de Prudente enfrentam falta de inseticida para controle do mosquito Aedes aegypti

Municípios pedem ajuda da população quanto à eliminação dos possíveis criadouros do transmissor da dengue; Ministério da Saúde prevê reposição em junho

Em todo o país, cidades sofrem com surto, epidemia ou pandemia de dengue, devido à alta na quantidade de casos da doença em 2019. Em alguns municípios, a falta de inseticidas tem dificultado o combate ao vetor da doença: o mosquito Aedes aegypti. Esse o cenário enfrentado em, pelo menos, seis cidades da região de Presidente Prudente, conforme apurado pela reportagem. São elas: Álvares Machado, Dracena, Presidente Epitácio, Presidente Venceslau, Santo Anastácio e Teodoro Sampaio.

 

Como noticiado recentemente por esse periódico, a primeira situação foi acometida em Venceslau, no qual a Vigilância Epidemiológica afirma que isso prejudica o trabalho de prevenção na cidade, que não possui um prazo para que a situação seja regularizada. Até então, o município já havia confirmado 239 casos da doença.

Tal número é parecido com a quantidade de notificações em Teodoro Sampaio, que chega a 200, sendo 64 positivas, 169 negativos e 17 em aguardo dos resultados. O prefeito Ailton Cesar Herling (PSB) destaca que, na falta do inseticida, o que resta é pedir ainda mais a colaboração da população quanto ao combate dos criadouros do mosquito. “Fora isso, a gente continua desenvolvendo mutirões de limpeza, visitas domiciliares e medidas educacionais nas escolas”, completa.

Tais ações são as mesmas orientadas e desenvolvidas em todos os municípios que sofrem com o problema, conforme mencionado por eles. A ênfase fica para a ajuda da população, “no qual a atitude é essencial para o controle da patologia, até mesmo com a utilização de inseticida”, sinaliza o município de Presidente Epitácio.

Em Dracena, por exemplo, a Secretaria Municipal de Saúde e Higiene Pública, por meio da Vigilância Epidemiológica, destaca que está sem o inseticida desde o início desta semana passada. Ao passo que Machado lida com o estoque final.

A reportagem também conversou com os municípios de Pirapozinho e Presidente Prudente, que atestaram promover ações intensivas de combate e ainda possuir estoque do produto. Contudo, lembram que recebem o inseticida da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias), e por isso cabe ao órgão estadual fornecer o reabastecimento.

Estado e União

Em nota, a Secretaria de Saúde do Estado respondeu que “apenas” realiza a distribuição dos produtos, mas a compra inicial é feita pelo Ministério da Saúde.

Por sua vez, o órgão federal esclarece, primeiramente, que adquiriu, em 2016, 1,65 milhão de litros do Malathion do laboratório Bayer – inseticida utilizado. “Devido a problemas no produto, em 2017, a pasta suspendeu a entrega/pagamento de 699 mil litros do adulticida. Do 1 milhão de litros entregues, o Ministério da Saúde solicitou a reposição de cerca 400 mil litros do produto devido aos problemas encontrados”, diz. A empresa já recolheu 105 mil litros que devem ser restituídos em junho deste ano, ainda conforme a pasta.

O Ministério defende também que a justificativa do contrato à época referia-se a parte da estratégia de resposta imediata em caso de emergência em saúde pública. E como nos anos seguintes a 2016, não houve epidemias de dengue, zika e chikungunya, “culminou na baixa procura do produto pelos Estados e, consequente baixa distribuição pela pasta”.

Maior cidade

Na cidade referência do oeste paulista, Presidente Prudente, a Prefeitura confirmou ontem novos 147 casos da doença. Desta forma, agora são 1.232 catalogações positivas, sendo 1.214 autóctones, aquelas contraídas no município, e outras 18 importadas, vindas de outras cidades. A municipalidade ainda informa que há 5.219 notificações.

Dentre as confirmações, a VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) atesta o segundo óbito decorrente da doença em uma mulher de 37 anos. Como noticiado pelo O Imparcial, trata-se de uma gestante de oito meses, que veio a óbito no dia 18 de maio. A criança sobreviveu. A confirmação foi feita através de exame do IAL (Instituto Adolfo Lutz).

Saiba mais

O Ministério da Saúde reforça que o uso do inseticida é a última estratégia de enfrentamento ao problema da zika, dengue e chikungunya, visto que, nesta fase, o mosquito já atingiu a fase adulta. A medida mais eficaz é a eliminação de focos de multiplicação do mosquito (água parada), evitando que eles nasçam. Por isso, o envolvimento da sociedade é fundamental.

O Imparcial

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